Distopias: de onde surgiu o “boom” literário da vez

Olá! Meu nome é Felipe Sali, sou autor e jornalista e agora estou aqui no Febre Teen ajudando a escrever um pouco mais sobre livros. Tentarei postar semanalmente aqui para vocês, para conversarmos um pouco mais afundo sobre livros para adolescentes. Espero que gostem.

Vamos lá? Vamos lá!

Literateen: Distopias

Quando Jogos Vorazes surgiu, em 14 de setembro de 2008, apresentando a história de uma garota (liiinda garota) lutando para sobreviver dentro de um governo autoritário que acredita estar pregando a ordem, muitos jovens passaram a se apaixonar por um estilo literário antigo: a distopia.

A partir disso, o que não faltou foram boas histórias do gênero: Divergente, Maze Runner, Feios e até mesmo A Seleção (da mega-indecisa América). Todas voltadas para o público adolescente e falando sobre sociedades do futuro que estão operando de maneira completamente errada. A distopia virou uma verdadeira Febre Teen (rá! Entende? Febre Teen!) no meio literário. E não foi só por conta do charme da Jennifer Lawrence.

Mas por que nós temos escolhido, cada vez mais, ler sobre esses mundos caóticos ao invés da tradicional literatura adolescente singela e sem perigos?

Porque amamos

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Sobre o que fala boa parte da trama dos livros de distopia atuais? Um adolescente se encontra em um mundo onde ela percebe que está tudo errado, tenta lutar contra ele e percebe que essa é uma força muito maior do que imaginava. As pessoas a sua volta estão loucas para classificá-la em uma casta e (ocasionalmente) esse personagem terá que enfrentar uma prova que definirá o rumo de sua vida (Jogos Vorazes, A Seleção, Divergente e por aí vai…). Tudo isso pode ser embalado por um triângulo amoroso daqueles.

Isso é uma distopia, certo? Mas também pode ser a descrição exata do que é a adolescência.

Nessa fase da vida nós descobrimos que o mundo é um lugar bem injusto e que não podemos mudá-lo sozinhos, a sociedade quer classificar a nossa personalidade (santa, baladeira, estudioso, tímido, rebelde), mesmo que nem nós saibamos direito quem somos. Eventualmente teremos que enfrentar um vestibular que definirá a nossa vida e tudo isso pode ser embalado por algumas trapalhadas no meio amoroso.

Quando falamos de literatura, uma palavra é essencial: I-d-e-n-t-i-f-i-c-a-ç-ã-o. Quando temos identificação, nos apegamos ao livro de uma maneira muito mais forte e íntima, e essa é uma grandes cartadas da distopia.

Quando adolescentes, estamos tão perdidos no mundo quanto o Thomas.

 

De onde surgiu

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Lá pra de 1932, um senhor muito doido chamado Aldous Huxley criou o primeiro livro que apresentava todos os conceitos de distopia que iria influenciar Suzan Collins e companhia muuuitos anos depois. Chamado de “Admirável Mundo Novo” essa obra foi uma das mais importantes da sua época, especialmente pela sua temática revolucionaria. Nesse livro o autor falou sobre os medos reais que ele possuía sobre o futuro, claro que exagerando na hora de passar para o papel, mas com preocupações.

Em “Admirável Mundo Novo” todos idolatravam o Ford (sim, o cara dos carros), os bebês eram todos criados em laboratório e as pessoas não tinham livre arbítrio. Ninguém questionava aquela sociedade e ninguém era triste, pois recebia uma droga do governo, chamada Soma, que impedia esses sentimentos.

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Inclusive, as pessoas eram separadas por castas de acordo com as suas personalidades e funções naquele mundo, (eram os Alfas, Betas, Gamas, Deltas e Ípsilons) muito parecido com o que acontece nos livros que andamos lendo ultimamente.

O mundo segue essa esquisitice até que surge o Bernard (a Katniss dessa história, só que com muito menos charme), o homem que entende que há algo de errado com a sociedade e tenta abrir os olhos das pessoas à sua volta.

Para nós, que somos fãs, uma das partes mais legais do livro é ir notando de onde cada um dos nossos autores favoritos bebeu da fonte para criar suas histórias. Leiam “Admirável Mundo Novo”, é sensacional. Se sentirem vontade, podem se aprofundar nisso e ler outras distopias clássicas, como o “1984”, “A Revolução dos Bichos” e “Eu, Robô”.

 

Conclusão

Distopia tem todo esse conteúdo e ainda gera essa identificação entre os adolescentes. Não é a toa que amamos tanto (eu não sou adolescente há muito tempo, mas me enquadro entre os fãs).

Sabemos que, no final do ano, vai sair o último capítulo da saga Jogos Vorazes, mas, até lá, nos livros mesmo é bem provável que a onda já seja outra. Qual será o próximo “boom” literário? Nós não sabemos, mas temos certeza de que o Literateen estará aqui para cobrir tudo.

 

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