ENTREVISTA: Vitor Kley fala sobre parcerias com Jão e Vitão, influência de Harry Styles e turnê do álbum ‘A Bolha’

Vitor Barbiero Kley, ou apenas Vitor Kley, nasceu em Porto Alegre e é um dos maiores cantores da música brasileira atual. É impossível você ter vivido no Brasil e não ter escutado os maiores sucessos do cantor como “O Sol” e “Morena“. Para comemorar o novo lançamento, o álbum “A Bolha”, batemos um papo super legal com ele!

Com 12 músicas, o álbum traz várias faces de um Vitor, desde o ritmo com violão que nos acostumamos, mas também mostra uma sonoridade mais voltada para o rock, como é o caso de “Retina” e “Vai na Fé”. Segundo o cantor, durante o processo de produção do álbum, eles não pegaram nenhum nome como referência, mas ouviram bastante alguns artistas:

“Eu ouvi bastante o disco do Harry [Styles], é bem legal, mas nada de realmente seguir referência. Era algo mais como: Ah vamos sacar qual que é, e tal. Eu gostei bastante dos arranjos também. Também ouvimos umas coisas mais antigas como Steel e SuperTramp, até Genesis e Phill Collins. Até uma coisa do hip hop, do rap, como 2Pac e Dr. Dre. A gente foi ouvindo bastante coisa e na hora fazíamos o que mais curtimos.”

Sobre ter uma sonoridade diferente do que estamos acostumados a ouvir, Vitor disse que no início as dúvidas o pegaram, mas que logo que escutou tudo junto, sentiu uma felicidade imensa!

“Mas, depois que escutei tudo pronto, quando fomos ouvindo as músicas, foi muita felicidade, meu. Porque quando a gente gosta as coisas ficam mais fáceis, sabe? Mesmo se, tipo assim, a galera acha que o cara mudou um pouco a vibe. Na verdade para mim não, eu tô me encontrando nessa vibe que é o que eu gosto de ouvir mesmo. Tem músicas que eu paro e falo que somzeira, tá ligado? E eu acho bem diferente, eu mesmo não lembro de um álbum assim na música brasileira atual que seja nessa pegada.”

O nome do álbum é algo que gerou muita curiosidade, ainda mais quando tem uma faixa-título. O que você considera como a sua bolha? Para sanar essa dúvida, o próprio cantor explicou o conceito do nome:

“Na verdade o nome ‘A Bolha’ veio antes o sentido do nome que da música. Ali eu ficava muito tempo, no meu quartinho, meu cantinho, meu momento. Ali ficou denominado de A Bolha. Minha mãe falava, meu irmão falava: o Vitor tá na bolha, ele tá na bolha. Então o nome do álbum veio denominado a esse sentido. Quero ser eu, quero ser assim. E eu achei que fazia todo o sentido a música e o nome do álbum, o momento que eu vivi lá no meu quarto, que foi uma virada boa e depois o Rick [Bonadio] fez o estúdio no apartamento dele. Ele denominou de A Bolha Estúdios. Então tudo se conectou assim.”

Sobre a sonoridade da música, Kley comentou que está ansioso para que as pessoas possam cantar ‘A Bolha’ na turnê:

“E a música veio com a guitarra distorcida, porque realmente A Bolha tem uma levada para frente né? Eu sempre toquei no violão ou na guitarra, né? É assim pra frente. E a gente: ‘Meu, vamos fazer um rock pra show, pra galera pular. Se divertir e vibrar. Botar pra fora, gritar, né?’ Deixe estar nessa bolha (canta a música). Bem rock’n roll né?”

As parcerias vieram com tudo em “A Bolha”! Entre elas está Vitão, que tem crescido cada vez mais na indústria musical e conquistado seu espaço. Na música “Jacarandá”, as vozes dos dois cantores se combinam em uma melodia perfeita com um clipe ainda mais lindo! Tendo um casal dançando e dando vida às palavras, Vitor disse:

“Pô, na verdade, Jacarandá foi uma ideia do nosso filmmaker Henrique, ele trabalha comigo há um tempo já, ele viaja comigo na estrada e tal, ele que deu essa ideia, ele conhece a história de todas as músicas e ‘Jacarandá’ ele sabia que foi uma história fictícia que eu escrevi com um amigo e ele teve essa ideia de fazer um casal assistindo a gente. Estamos de quarentena né? Foi a forma que achamos de fazer o clipe dentro de toda essa situação, filmou o casal, eu filmei em casa e mandamos uma equipe na casa do Vitão, pouca gente.”

A outra parceria é com o nosso amado Jão, na música “Dúvida”. Por ser uma balada, musicalmente falando, pode ser que gere algum estranhamento com o público. Mas não se engane, Jão e Vitor Kley combinam como se fosse escrito nas estrelas!

“Cara o Jão é uma pessoa muito especial, eu conheço há um tempo e ele é tipo, sabe quando bate aquela coisa não só artística mas de amizade, sabe? Quando eu escrevi ‘Dúvida’, não imaginava ninguém cantando no início mas falei ‘precisamos de mais um feat nesse disco’ e eu queria muito alguém dessa era nossa, jovem e tal e na hora lembrei do Jão, ele tem esse quê de sofrimento, de dúvida e incerteza nas músicas dele. Falei ‘acho que vai ficar linda na voz dele’ e na hora que eu convidei ele topou. Ter ele nesse álbum foi um prazer imenso, a energia dele, o artista que ele é deu uma complementada incrível.”

Como estamos em quarentena as lives feitas por artistas se tornaram comuns e todo fim de semana temos uma agenda cheia delas para acompanhar. No Brasil, Vitor Kley foi um dos primeiros artistas a fazer uma transmissão ao vivo e teve um bairro inteiro de Balneário Camboriú cantando suas músicas:

“Foi muito louco esse dia, no início a gente fez com uma caixa de som pra um lado só e acabou que os vizinhos do outro lado reclamaram que não tinha som chegando neles e falei ‘meu, vamos botar mais uma caixa de som então’, aí acabou chegando no bairro todo e foi muito legal. Foi emocionante, uma parada que ficou marcada. Foi legal porque deu pra unir as pessoas, mesmo longe estamos perto. Estávamos num momento muito sobrecarregado porque ainda era o início, hoje acho que as pessoas se acostumaram, aí foi um momento de paz, fazendo um som na janela pra eles. Agradeço o bairro pioneiro de Balneário Camboriú, galera do Marambaia que foi onde eu aprendi a surfar, agradeço a eles por terem cantado, foi louco ouvir a galera cantar.”

No final de 2019 Vitor alçou asas para ainda mais longe e foi parar em Portugal com 9 shows marcados no país e, como um artista brasileiro, deve ter sido incrível ouvir outro país a um oceano de distância cantando as músicas, né? Isso ele  mesmo nos respondeu:

“É louco porque no início quando você vai tocar em outro país você fica ‘pô, vai ter ninguém pra me assistir, como que eu vou tocar?’ Aí tu chega lá, canta e os caras cantam igual ou mais que no seu país. É muito louco, te dá uma sensação de  ‘caraca, nós podemos dominar o mundo com a nossa música. Vai dar certo.’Foi um marco e um super gás para nos botar pra frente e com vontade de ir para mais países da Europa e do mundo.”

Em Portugal, Vitor não encontrou apenas amantes de sua música, achou também Carol, sua atual namorada! Carolina Loureiro é atriz e apresentadora no país e conheceu o cantor quando foi o entrevistar. Que história linda! Ela ainda é protagonista do clipe “O Amor é o Segredo”, a primeira música da era “A Bolha”, junto com Vitor.

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“Deu pra gente passar o que a gente é mesmo. Eu e a Carol estamos vivendo em video chamada, manhã, tarde e noite porque estamos longe e tal, e o clipe é muito a real. Eu tava indo pra lá e aí acabou cancelando tudo por causa do Coronavírus, a gente ficou sem se ver e conseguimos passar exatamente o que estávamos sentindo no clipe e muita gente se identificou”

Falando em turnê, por conta da quarentena tudo foi paralisado e não há ainda previsões de quando vai voltar e isso tem sido bem difícil para que Vitor, já que ele sempre teve bastante energia que era liberada em seus shows.

“É complicado porque no início da quarentena eu acordava de madrugada tipo uma ou duas da manhã como se estivesse no palco, aquela coisa da adrenalina de estar acostumado a estar no palco. No início a gente fica ‘pô, caramba’, aí depois vamos nos acostumando, vai rolando as lives, vamos nos reinventando. No início foi difícil, agora já tô mais acostumado, mas mal posso esperar pra poder voltar a fazer show, fazer a turnê d’A Bolha. Parece que, ao menos pra mim, eu faço música pra isso, pra estar no palco, ouvir as pessoas cantando, fazer uma somzeira com o pessoal da banda. Então, tá fazendo muita falta.”

As músicas do cantor sempre passaram uma vibe e uma energia muito positiva, como é o caso de “O Sol”, e nesse momento de pandemia onde estamos confinados em casa, além de estarmos vivendo o século da ansiedade e depressão, ter uma voz que fale de coisas boas é importante:

“Eu tenho certeza que a minha missão vai além da música. Não é só chegar, fazer música e emplacar nas rádios. Vai muito além, vai fazer as pessoas bem e mudar a vida das pessoas. A gente vive tempos um tanto sombrios e é importante não só ter o Vitor, mas ter várias outras pessoas que tem essa voz de positividade, de coisas boas e querer fazer o bem. Que cure um pouco toda essa loucura. O que a gente mais quer é que ninguém passe por problemas e se a nossa música for uma cura pra isso a gente tá mais que feliz.”

Para finalizar, perguntamos se ele já está com tudo pronto para começar a turnê do novo álbum quando os shows ao vivo voltarem a ser permitidos. Assim como todos, Vitor está ansioso para voltar aos palcos!

“Já estávamos com a turnê pronta, com os estados e cidades mapeados, a segunda parte da turnê que ia ser pela Europa. Já estava tudo mapeado, nossa primeira loja oficial de produtos, tava com tudo pronto e tudo foi travado pela pandemia. Não vemos a hora de voltar e como eu falei só está tudo travado, segurando pra quando voltar a gente botar em ativa tudo que tínhamos planejado. Estávamos até mesmo começando os ensaios a distância por causa da quarentena pra já estar tudo pronto e quando liberar podermos fazer a melhor coisa pros fãs”

O álbum “A Bolha”, de Vitor Kley já está disponível em todas as plataformas digitais e mal podemos esperar para poder conferir de pertinho todas essas músicas sendo apresentadas ao vivo no palco.

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