CRÍTICA: live-action de ‘A Pequena Sereia’ retorna à animação com mudanças necessárias

A Pequena Sereia, um dos clássicos mais amados da Disney, finalmente terá a sua adaptação para o live-action lançada no dia 25 de maio. No entanto, a empresa tem enfrentado desafios ao revitalizar seus filmes animados de maneira satisfatória nesse formato. Muitos fãs têm expressado preocupação sobre a capacidade do estúdio de capturar a essência que tornou as animações clássicas tão eternas. No entanto, a Disney acertou em cheio e apresentou um dos seus melhores trabalhos, misturando o lado fantástico do conto infantil para a nossa realidade. 

Desde o início, o filme se destaca ao incorporar uma citação de Hans Christian Andersen, autor da obra clássica, com cenas de mares bravos ao fundo, acrescentando um impacto dramático imediato: “… mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais”.

A releitura de Rob Marshall mantém a trama da animação, onde Ariel, estrelado por Halle Bailey, nutre um profundo fascínio pelo mundo humano e, após se apaixonar por um humano perdidamente, decide fazer um acordo com a bruxa do mar, semelhante a um pacto faustiano, a fim de se transformar em uma criatura da superfície. Com uma duração estendida, a produção preenche esse tempo com novas canções e explorações adicionais tanto do ambiente oceânico quanto ao do castelo.

Os estúdios encontraram a fórmula perfeita para trazer de volta aquela sensação emocionante de encanto que cativaram o público há décadas, proporcionando uma experiência inesquecível tanto para os fãs mais velhos, quanto para uma nova geração de espectadores.

História mais estruturada:

A Pequena Sereia é uma história que envolve temas muito específicos, como questões familiares, amor, ambição, abrir mão de coisas que você ama e até mesmo sobre aceitação (o que é muito importante). O live-action conta com 50 minutos a mais que a animação clássica, lançada em 1989, e após sentir um forte “medo” de mudarem a narrativa presente na primeira produção, eles acabaram aprofundando o roteiro e explorando mais essas temáticas, capturando a verdadeira importância desses assuntos e transmiti-los em uma interpretação mais envolvente e madura. O que por um lado pode não ser tão interessante para o público infantil.

Além disso, o elenco e a equipe envolvidos na produção também desempenharam um papel crucial na criação. Com escolhas adequadas de elenco, direção habilidosa e uma interpretação mais criativa, foi possível criar uma experiência que honre a animação, enquanto adiciona uma camada fresca e contemporânea à história devido à sua representatividade.

A nova versão opta por abraçar inerente a uma história de princesa em vez de se adequar a um realismo vazio que despreza a fantasia. O filme é repleto de cores, detalhes que impressionam e se apoiando lado lúdico e fantástico do conto infantil. Apesar de ter achado estranho no começo, o diretor acertou em cheio ao trazer Ariel e seus amigos marinhos para o mundo real, com uma abordagem adequada. O live-action se tornou um abraço poderoso não apenas às lembranças daqueles que cresceram com o filme de 1989, modernizando e expandindo o clássico, sem abandonar a essência da animação e também ao encanto mítico dos contos Disney, tornando essa aventura emocionante (ressaltando que me emocionei em várias cenas). 

Halee Bailey é a Princesa Ariel perfeita:

Assim como Chlöe Bailey ressaltou em uma entrevista: “ela tem uma forma natural de ser uma Princesa Disney”, Halle Bailey foi a escolha perfeita para o papel. A atriz traz ao papel da princesa o carisma irresistível, a paixão, inocência e o vocal para alcançar as notas altas de “Part of Your World”. Eu, particularmente, fiquei arrepiado em quase todas as cenas em que ela soltava a voz. Ela foi capaz de trazer mais profundidade na essência da Princesa, proporcionando uma compreensão mais rica de suas motivações e relacionamentos. Mas confesso que me decepcionei em certas partes, senti que o diretor Rob Marshall devia ter explorado mais a voz de Bailey, colocando mais cenas musicais.

Sobre a sua atuação, a cantora faz com que o público se envolva com os seus sonhos e sentir uma certa “inquietude” em transcender as limitações impostas por seu pai. E nada disso é apresentado de forma superficial. Enquanto a animação permitia que a heroína fosse retratada com simplicidade (e sempre correndo atrás do Príncipe Eric cof cof), o live-action introduz um roteiro mais complexo, onde Ariel pode ir além, explorando melhor a sua personalidade, de forma que possamos compreender mais sobre seus conflitos com o Rei Tritão e a conexão que ela estabelece com os humanos.

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Elenco é carismático:

Melissa McCarthy traz uma interpretação marcante e fascinante como Úrsula, tornando-a uma vilã cativante e épica de se assistir. Javier Bardem traz um comportamento mais sensível e, de certa forma, humana para o Rei Tritão, adicionando camadas emocionais ao personagem. Já Jonah Hauer-King dá vida a um Príncipe Eric com mais personalidade e encanto ao que conhecemos, tornando-o ainda mais cativante e apaixonante. O talento desses atores enriquece o elenco e contribui para a profundidade e o fascínio dos papéis que eles interpretam.

Os destaques do filme devem ser direcionados para o elenco CGI, que traz uma dinâmica divertida e caricata às cenas, tornando o filme único. Daveed Diggs apresenta uma performance cuidadosa a Sebastião e se destaca nas interações com Awkwafina, que interpreta o Sabidão. Embora a atriz possa estar presa à persona que criou para si nas telas. A ave é bastante desbocada e quase tresloucado que funciona tão bem que a própria Disney deixou isso em destaque. Por outro lado, Jacob Tremblay, acaba não tendo tanto destaque no papel de Linguado.

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